O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) demonstrou uma resiliência notável no primeiro semestre de 2025. Apesar de um cenário econômico global instável, o valor total das transações cresceu 15%, movimentando impressionantes 1,5 trilhão de dólares, segundo dados da PwC. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos chamados megadeals (operações acima de 1 bilhão de dólares), que aumentaram 17%.
Curiosamente, o aumento no valor ocorreu em um momento de maior seletividade, com o número de transações caindo 9%. Essa dinâmica reforça que os compradores estão focados em negócios de alto valor estratégico e grande potencial de crescimento, mesmo em meio às incertezas macroeconômicas.
O domínio incontestável do setor de Tecnologia
Nessa nova fase do M&A, um setor se destaca com clareza: o de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT). Juntos, esses segmentos concentraram a maioria do volume e do valor dos negócios. A demanda por inovação digital e a necessidade de as empresas tradicionais acelerarem sua transformação têm sido o motor desse movimento, que se concentra em três frentes principais:
- Inteligência Artificial (IA): A IA não é apenas um alvo de aquisições (empresas especializadas em IA), mas também um fator que acelera e aprimora os próprios processos de M&A, desde a due diligence até a identificação de alvos.
- Cloud Computing (Nuvem): A migração para a nuvem continua impulsionando a consolidação de fornecedores de software como serviço (SaaS) e plataformas que garantem a escalabilidade e eficiência operacional.
- Cibersegurança: Com o aumento da digitalização, a proteção de dados se torna crítica. Soluções de cibersegurança e mecanismos antifraude são alvos prioritários, visto que a segurança é tratada cada vez mais como uma arquitetura essencial, e não um acessório.
Especialistas de mercado apontam que, embora a volatilidade reduza o valor médio das aquisições de modo geral, esse impacto é menor em empresas com alto potencial de crescimento e diferenciação tecnológica. Em outras palavras, a instabilidade age como um reorganizador, valorizando quem está preparado e criando janelas de oportunidade para investimentos estratégicos.
M&A em Tecnologia no Brasil, o crescimento e a consolidação
O Brasil não fica de fora dessa tendência global. O país se consolidou como líder em volume de M&A na América Latina no primeiro semestre de 2025, e o setor de tecnologia permanece o mais ativo.
Em meio ao cenário de juros mais altos e custo de capital elevado, que exige maior cautela, o foco está em aquisições estratégicas que permitam o crescimento inorgânico, a entrada em novos mercados e a incorporação de inovação sem a necessidade de desenvolvê-la do zero.
Exemplos recentes de transações no setor de tecnologia brasileiro demonstram essa busca por complementariedade e expansão:
A aquisição de startups especializadas, como a da Experimentaí pela UAUBox e a compra do Site Blindado pela Conviso, que visam fortalecer o portfólio de produtos e a segurança digital, respectivamente.
A consolidação é evidente em setores como fintech e edtech, como a fusão entre a Ada e a Vivae, que cria uma plataforma focada em “educação de precisão”.
A tese do mercado é clara: momentos de instabilidade, paradoxalmente, criam um ambiente favorável para quem tem capital e visão de longo prazo. Com valuations mais razoáveis em alguns casos, empresas e fundos podem investir em negócios promissores com o foco na liderança de mercado nos próximos anos.
Em resumo, 2025 está sendo um ano de M&A seletivo e estratégico, onde a tecnologia dita o ritmo e a aquisição de competências em IA, Nuvem e Cibersegurança se torna essencial para a sobrevivência e o crescimento.
O que sua empresa tem feito para se posicionar nesse mercado focado em tecnologia e inovação?